Ferir de amor é diálogo que se tem.

É dor que lateja e goteja incessantemente.

E vem o guerreiro, no afã da luta, e me diz

que fica em paz depois da derrota

que recolhe armas e bordões

de uma guerra que se iniciou ontem

e fim ainda não teve

talvez amanhã...

 

O presente faz aumentar a dor

como água purificada e benta

no corpo desprotegido

e ferido de fogo cruzado

desguarnecido, queima ardido.

 

No afã da luta sempre se perde

um pouco de si mesmo

perde-se um pouco da alma, do espírito

mas, ganha-se medalhas de um.

 

Não importa perder um pouco de si

deixar de ser inteiro,

deixar de ser sobra

Perder um pouco de ser romano

sem ser romanesco - não importa!

 

Importa é ser guerreiro

enlouquecido de ânsias de lutar

e ter um bordão de guerra

para gritar, mesmo derrotado,

feliz, quando a guerra terminar.