Te encontro no rebate colorido

do voo dos pássaros,

na hora mágica

ao vagar do vento doce

de primavera.

 

Te encontro no toque do sol

em minhas asas

e na suavidade amena

de sua luz

sobre minhas

vestes de feltros

sem cor definida

quando me espargo

por sobre o caminho

das pedras

num momento

ínclito a ti.

 

Nessa hora de fitas coloridas

nos beirais da montanha

descobrimos que

nada mais pode nos separar.

 

Não há frutos amargos da vida,

nem as brumas do inverno

que se acotovelam num abraço

ao sopé montanha.

 

É no guardar inocente

da montanha que os dias

se derramam em cascatas

de folhas e flores

para que as duas asas

de uma ave, atiça,

iniciem o caos

no inicio do seu vago

pelos céus de luzes e amor.

 

E acatam-se as perdas,

que se disseminam

em cada uma das asas.