Espanto à cobrar é eu impressionada

com tua forma de amar,

com teu jeito de me tocar,

de me tocar no coração,

de me tocar com tuas mãos de sorriso a pele

e dançando comigo as músicas dos deuses,

fazendo meu corpo vibrar nas notas

em profunda conexão de corpos

que navega por este fio de vida que nos liga,

essa dimensão no espaço que me coloca

no mesmo ninho com teu nariz

direcionado para o Norte

e a calamita apontando a direção

para o caminho da morte... 

 

quero que morras em minhas mãos...

com elas pressionando teu poder...

acarinhando com os lábios

tua pele e a mãos em concha...

pra me receber areia desértica e quente

 

Estais mesmo condenado

marchando sem condições

de ganhares a liberdade...

Estas sentenciado a ir....

para o calabouço,

este caixão em que moro

todo revestido de cetim branco

e luzes nas paredes.....

eu sei que só pensas em morrer

quantas vezes puder....

mas quero que vivas tempo suficiente

para eu te castigar e te obrigar a fazer

uma despedida em posição de devaneio...

 

É corriqueiro eu sei,

esses assuntos que te trago agora...

quando não me queres ouvir... 

só sentir!

 

Eu sei que mesmo

que me beiras

com esses assuntos corriqueiros

em posição de devaneio

e mesmo que te espantes

com meu jeito terreno de ser,

eu sei, não vais desistir,

porque precisas, como eu, de amar

nesta noite fria e cálida ao mesmo tempo

onde, por vezes, me percorres como raio...

logo eu, mulher, que só pensa

em, feliz e de olhos fechados, ninar...