Estamos Livres

Escrevo o primeiro verso

Do último poema

Que eu vou te dedicar.

A noite me machuca, eu sofro com a lua

O céu de estrelas, a luz...

Os perfumes, a imagem das suas mãos

Acariciando meus cabelos.

Não consigo seguir em frente,

Estas cenas me bloqueiam a memória.

Confesso, escondi meu hábito de viver

Em uma gaveta cheia de frases

Ilógicas, imaginárias, barulhentas,

Todas cuidadosamente dispostas

Em folhas numeradas,

Delicadamente impregnadas de você.

Findou meu tempo para recordar,

Minha euforia para contar ao mundo

O sabor daquele beijo.

Tudo lembrava você...

Decidi te deixar no mar, dentro de uma concha

Como uma pérola solta do fio

Que te ligava à minha respiração.

A maresia traz lembranças, é fato

Mas estamos livres do seu amor,

Eu e meu maldito prazer de te amar.

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 29/11/2022
Reeditado em 29/11/2022
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