Estamos Livres
Escrevo o primeiro verso
Do último poema
Que eu vou te dedicar.
A noite me machuca, eu sofro com a lua
O céu de estrelas, a luz...
Os perfumes, a imagem das suas mãos
Acariciando meus cabelos.
Não consigo seguir em frente,
Estas cenas me bloqueiam a memória.
Confesso, escondi meu hábito de viver
Em uma gaveta cheia de frases
Ilógicas, imaginárias, barulhentas,
Todas cuidadosamente dispostas
Em folhas numeradas,
Delicadamente impregnadas de você.
Findou meu tempo para recordar,
Minha euforia para contar ao mundo
O sabor daquele beijo.
Tudo lembrava você...
Decidi te deixar no mar, dentro de uma concha
Como uma pérola solta do fio
Que te ligava à minha respiração.
A maresia traz lembranças, é fato
Mas estamos livres do seu amor,
Eu e meu maldito prazer de te amar.