CABOCLA...

CABOCLA DO SERTÃO

Bem pra lá do meu sertão, onde a chuva ronca

Seu trovão, espero a chuva cair de novo pra

Molhar o meu amor, e regar meu coração!

Da curva donde vem o vento, açoitando o meu

Carinho, deixo o meu amorzinho no seu cantinho.

Num beijinho carinhoso com o vendaval espantoso!

Na linha do horizonte, a lua se esconde, e, o sol

Ainda que, não desponte, deixa meu amor, que se apronte!

Perfumada e vistosa como um girassol!

No amanhecer dourado, e sob o sol radiante,

Ela vem ao meu encontro com desassombro,

Dá-me um efusivo abraço, e no enlaço esfuziante,

Beija-me com frenesi com sua boca doce como mel,

Faz-me um cafuné nas orelhas, e como abelhas

Em cima do melaço, dá-me um apertado abraço!

Ela é a donzela do sertão, com as curvas do ribeirão,

O perfume das alfazemas, a voz dos curupiras, e

O porte do imponente “cedrão”!

De franjinha amarrada com fita vermelha, seus

Cabelos longos e negros, como a noite no sertão,

São sedosos e brilhantes. Seus olhos cintilantes,

São como faróis aos viajantes, a vigiarem seus

Passos na proteção do seu amor e solicitude!

De um Anjo da Guarda na plena atitude.

Minha “cabocla do sertão”, é uma fortaleza

Feminina, que desponta ao raiar do sol, molha-se

Na chuva, seca ao vento, e se posta na sua realeza!

Amorosa à noite, se assemelha à pedra preciosa,

A ornamentar seu amor e, a me cobrir com todo clamor!

Vetor de carinho, aconchego, ela é muito dengosa!

“Sinhazinha” ou Mariazinha como gosta de ser chamada,

É cria do sertão. De alma lavada e pureza, tem a destreza

De uma tigresa! Lépida e intrépida, ela é determinada!

Ela é minha joia do sertão em pedra bruta a ser lapidada!

É uma “Tilha” com raízes fortes, que verga, mas, não quebra...

Mulher raçuda nas lides sertanejas, nas trilhas e veredas!

Jose Alfredo

Jose Alfredo
Enviado por Jose Alfredo em 28/11/2022
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