Você é agora,
minha ânsia,
meu desejo
e minha vontade
que não remove,
que não se apaga,
não se extingue.
Você também é
minha metade de querer
e me entende
em minha vontade de querer
azular o frio-vitral
que colocas entre nós
e esparge meia-luz
e sombras e dor
no tudo que te envolve.
Queria mudar o mundo
com minhas mãos.
Te dar calor
e encher de pétalas
de girassol tua vida
para que se encante
com o viver e o cantar o amor
em sua majestade e grandeza.
Não há piedade em meu amar.
Nem milagre em
o todo que te envolve.
O milagre sou eu
e há amor em mim
para e por você.
Há também a louca paixão
que sonho entregar, ser...
Início e fim se encontram
num mesmo lugar.
Não há o que duvidar.
Só ser.
Início e fim, sou eu,
é você, somos nós
que começamos num
e terminamos no outro
porque somos um.
Também não sou bem durável,
não tenho prazo de validade estabelecido.
Posso ser hoje e amanhã não ser mais.
Sou uma mulher que ama
e só disso eu sei.
Se há qualquer
consignação com tempo,
durabilidade eu não conheço.
Não fiz acordos com o tempo.
Só me mantive viva
porque quis muito viver.
Lutei por isso,
sem armadilhas para você.
Só a perfeita verdade de amar,
de ser amor e de não negar
esse sentimento.
Tua imagem é fruto
da reflexão e do tempo
que amadureceu
o fruto desgarrado de si,
pois só podemos amar o outro
quando nos abandonamos
no amor por nós mesmos.
Só assim podemos mergulhar
nesse mar de ferro quente.
Somos fruto do vinho,
parte de ti sou eu,
parte de mim é você,
soprados pelo artesão
que fez o cristal
em que agora somos
servidos um ao outro,
na ânsia ardente de nosso amor
que ferve e num gole só,
nos faz mortais de mãos dadas
e corpos entrelaçado.
É assim, que você se encontra
em minhas terras de idos e castigos -
que te prendem - e entregam um beijo
em troca de tua alma
e um amor em troca de tua vida,
um beijo e um amor que valem tudo isso.
E o que isto significa?
Significa que foste ferido
com a brasa do amor,
da paixão e da paz
que se encontra depois
se guerrear contra si mesmo,
contra a própria dor
que arde e queima
ansiando um bálsamo
e um gota de água benta
de cálida cor no vago da noite
que ainda não terminou...
e acende estrelas
e faíscas no caminho de seu disabor.