PERDIÇÃO
Tolo, direis! Porque amo o céu turvo
Que desbota os infindos tons da alvorada!
Julgueis triste o girassol, na busca frustrada
Me tomam por louco... Se a primaveris olhos me curvo!
Se nos páramos escondi meus sonhos
Ermos, vos digo! - Escusos ao juízo
Foi pelos que erguem a taça a Dioniso
E em vileza me apontam erros medonhos!
Direis agora: “Tresloucado amigo
Fizestes do justo o inimigo...
Te cingem os braços da perdição!”
Sejam então estas as minhas penas!
Mas não carregarei o pesar das Madalenas
Não serão as odes aos cândidos olhos, em vão!
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Observação
“Madalenas” No texto se refere à pintura “Madalena Arrependida”, de Michelangelo, que por sua vez retratava o arrependimento de Madalena, termo também muito usado para retratar pessoas arrependidas