Nossa história

é uma história de afins:

história de muito amor

entre dois amantes

que, por fim, se encontraram

nas trilhas da vida.

 

Agora somos história

de dois que são um.

Por isso, no cruzar

das avenidas do tempo,

já não lembramos mais

do que fomos

e muito menos do que éramos.

 

Somos um no pó do tempo

que nos invade

em nossa cidade interior

e nos faz um só espírito,

sem ramos que nos atrapalhem

ou que queiram nos separar.

 

Nossa faina agora é lutar

em busca de desfazer

os conflitos que criamos,

nossas batalhas

para emudecer nossas ânsias.

 

E mesmo a falta

de nossa mocidade,

a fúria de amanhã

se faz no tempo de hoje.

 

É o que amamos

e o que vamos amar

no tempo no talvez

de amanhã

e à meia-luz de ontem.

 

Simples assim:

sempre indo,

sempre em frente.

 

E é na hora vesga

de muito vento,

que não marcava nada

que viramos pó,

rei e rainha,

nos confins

do tempo

de nós dois.