Um verbo no tempo errado
e estou no passado.
Era assim sou eu.
Isto feriu, doeu...
Não fui nem mais,
nem menos.
Fui recaída
ou até ponderosa.
Tinha uma hora
e noutra não tinha mais.
Sou mulher,
mas não sou flor,
sou Montanha.
Sou mulher muitas vezes
diz o arauto
que me provou
cinco ou seis vezes.
Albertina de minhas ânsias
me entreguei sem reservas,
fiz crediário de mim,
um pouco cada dia,
amor de prestações.
Devota ao meu próximo
próximo, avançava pra lá,
voltava prá cá.
Roda daqui, roda dali,
fui adesivada a um vitral
que se nega me partilhar
- seu doce - com
ociosos e diluídos.
Para sorte dele,
lhe entrego minhas
três estrelas
e restolhos
de um sol que sou.
Azar o meu.
Nem sempre
é minha vez.
Pois o sol
sempre faz sombra
no meu pobre sonho..