Também caminho só porque este é o meu caminho.
Não duvido de tuas trilhas, são as mesmas minhas.
Por isso sei que estais a caminhar e por onde andas.
Sigo seus passos.
Sei que minhas trilhas são ancas e desalinhadas,
que tropeço em meus próprios pés
e me enrolo até em teias de aranhas sobre o meu peito.
Não vale nem a pena falar sobre isto.
Não é novidade e nem merece investigação.
Duvido que tenha outras trilhas.
Só, tenho essa.
Outras, não sei que tive.
Tenho achar outra vida pra escrever uma canção sem dor.
Mas como achar outra vida se a minha me basta?
Também não sei o que fazer com o feito que apaga o dissidente.
pois, também sou vítima do (des)dém.
Quando aporto em teu cais sou náufrago de teu amor.
Quando renasço me jogo outra vez sem medir recursos
nas águas profundas de ninguém.
Ninguém é você, sou eu.
É assim que me mudo para teu corpo
e venho de volta pro meu.
Um pouco aqui, um pouco ali.
Uma guerra de contrários que nunca cansa.
Em meio ao vendaval também penso
em descansar depois da batalha no colo da vida,
virar luz, carinho e doce meiguice.
É disso que, como mulher, preciso
e é isso que me atrela a você
e me faz virar guardiã solene de nosso castelo.
É nesse fim de mundo, que há em você, que habito.
É lá que encontro de tudo que me falta, mágicas sem fim,
não há horas marcadas e, quando cansados das lutas,
aninhamo-nos em nós dois
e as conversas varam madrugadas e dias.
Lá as lágrimas vão se calando aos poucos
e os adeuses são passageiros, duram segundos
- só pra assustar e brincar -.
Por isso, também me ardo de alegria
quando descubro que sou a amora de tua vida
e vivo a felicidade de teu amor
e de tua alegre e doce companhia.
Somos caminheiros do vento
e surfamos em suas ondas nosso amor
de todos os tempos e todas as estações.