Minha alma também passeia pelo meu tempo,
viajando nas saudades de tudo que vivi.
Sou eu que roço seu rosto com a brandura
do coração de uma mulher.
Levito,
aos poucos,
o suave,
medrando a distância
entre o teu coração e o meu.
Me faço ternura
sobre tua face,
teus lábios carentes
de beijos e amor.
Ando sempre à procura
de tuas terras aladas.
Em busca de pular a dois
as cercas da vida,
ultrapassar
aos limites e as fronteiras
dos potreiros
e campos dos simples,
dos que nos entregam
a paz e a serenidade
dos pacatos, depois da batalha,
das cavalgadas de alados,
empurrando pra longe
bois e pedras
que ferem asas
e pés sonhadores de amor.
Roço teu corpo,
como uma arqueóloga
que descobriu
a Tumba de um Faraó
e nela faz um mergulho tão vívido
em busca de seu passado de egípcia
e percorre, pés nus, descalços de si,
toda sua riqueza de detalhes inesgotáveis.
Abre os baús de tesouros
que o acompanharam
em sua viagem ao Além
em busca de com ela se encontrar...
Avanço por tuas cavernas trazendo à tona
nossa história de cem anos
quando éramos conde
e condessa de Carnarvon
monarcas no Vale dos Reis.
Percorro tua tumba
ainda intacta de minhas mãos,
de cima a baixo, de frente, de trás,
do lado certo, ao contrário
Vou ajuntando um a um
o amontoado de objetos antigos
nos recintos mais íntimos de tua estrutura,
toco delicada e meigamente,
com minha presença de beijos
teus fragmentos de pedra calcária,
sou saqueadora de teus tesouros
és meu alvo... de tocar
os lugares mais sagrados
de tuas entranhas e saliências
que aguardava, erguida de flores
silenciosa e ardente,
por milhões e milhões de anos,
o meu abraço de chegar...
Roço o rosto em dor
e trabalho curandeiro
o sopro de vida
na face de ânsias.
Caminho pela voz dela.
Repasso, torto
em pé, firme
e com azul de cor,
seu rouco despertar,
seu pijama envolvendo
a mão acolchoada
que redemunha pitangas
em meu amanhecer.
Roço o rosto em busca
da paz e do silêncio,
mas o sol faz vesgo o caminho,
pois arde e faz de novo me perder
em sua tumba de luz e calor
que de paz é, só, aparente.
Vivo, morro, revivo e faço. Regeram-me a responsabilidade de alimentar de água os passarinhos, melros flechados pelo cupido em seu voo de alturas. Revoo, ando na paz da Guerreira dos So, corro em suas ruas, me enviazo pelas ruelas e avenidas quase nuas e só pra mim, meu andar de colosso.
Que as gente se afastem! Que se vão para algum lugar e me deixem sozinho com minha água que guardo em pote encantado. Junto não vou pra esse lugar calandrado de medo. Tenho receio de que flechem, com água dos impuros de amores passageiros, quem voa desavisado: meu melro de belo e apaixonante canto, minha água doce, meu lindo amor.
Minha alma também passeia pelo meu tempo, viajando nas saudades de tudo que vivi. Sou eu que roço seu rosto com a brandura do coração de uma mulher. Levito, aos poucos, o suave, medrando a distância entre o teu coração e o meu. Me faço ternura sobre tua face, teus lábios carentes de beijos e amor. Ando sempre à procura de tuas terras aladas. Em busca de pular a dois as cercas da vida, ultrapassar aos limites e as fronteiras dos potreiros e campos dos pacatos, dos que nos entregam a paz e a serenidade dos pacatos depois da batalha, das cavalgadas de alados, empurrando pra longe bois e pedras que ferem asas e pés sonhadores de amor. Roço o rosto em dor e trabalho curandeiro o sopro de vida na face de ânsias. Caminho pela voz dela. Repasso, torto em pé, firme e com azul de cor, seu rouco despertar, seu pijama envolvendo a mão acolchoada que redemunha pitangas em meu amanhecer.
Roço o rosto em busca da paz e do silêncio, mas o sol faz vesgo o caminho, pois arde e faz perder-se em sua luz e calor que de paz é só aparente.
Vivo, morro, revivo e faço. Regeram-me a responsabilidade de alimentar de água os passarinhos, melros flechados pelo cupido em seu voo de alturas. Revoo, ando na paz da Guerreira dos So, corro em suas ruas, me enviazo pelas ruelas e avenidas quase nuas e só pra mim, meu andar de colosso.
Que as gente se afastem! Que se vão para algum lugar e me deixem sozinho com minha água que guardo em pote encantado. Junto não vou pra esse lugar calandrado de medo. Tenho receio de que flechem, com água dos impuros de amores passageiros, quem voa desavisado: meu melro de belo e apaixonante canto, minha água doce, meu lindo amor.