Cola teu corpo no meu, me aperta,
me agarre, me morde,
submersa-me em cada gota de teu suor,
de tuas lágrimas,
de teus líquidos aquecidos e quentes
esperando a temperatura certa
para a eclosão enquanto te absorvo,
te sugo, te beijo apaixonamente,
quantas vezes, tantas...
olhe em meus olhos, escurecidos
e apertados de paixão e desejo inacabado.
Então volte para minhas terras,
percorra-me, perambula em meu corpo,
sentes minha presença.
Me sentes? Anelo,
mulher de paixões,
saber:
Sinto! Estou inteiro em ti!
Afogo minha dor,
minhas mágoas, raivas.
Sou signo em tuas mãos de fogo.
Acalma meu ego que se agiganta
em teus dedos da boca,
enquanto me fecho
em tua concha dos sentidos,
em tuas entranhas quentes.
Necessito urgente de teu beijo,
nele me perco, estou tonta, nem sei mais pisar,
caminho entre as prateleiras tão grandes
e me distraio com o cheiro,
com as cores a ponto de me perder em ti.
Preciso pegar tua bússola
para saber o norte a seguir,
marcar o calendário para o dia
de teu vandalismo em meu corpo,
me deixa ser bálsamo...
curandeira de tuas ânsias e medos.
Sussurro palavras desconexas e sem sentido,
toco tuas teclas sem partitura, sem letra prévia,
arranho no tom, desafino nas notas,
faço pausas e delas abdico.
Voo bruxa em tuas ilhas e me faço amor contigo
enquanto bateirista da vida,
percussionando de corpo inteiro um reggae
que fala de minha paixão, de ser teu sal,
o rubor de tua face que invade teu silêncio
e desperta as letras de teu coração poético
rompendo com os bloqueios criativos do Poeta
que transcreve semibreves e sinomínias
em minhas entrelinhas
e quando eclode em mim
sua nota suprema faz a pausa...
aquietado... e em silêncio, extasiado
contempla sua obra,
a nudez da estátua em todo seu esplendor
após milênios escondidas sob as areais,
lábios carmim, mãos trêmulas, corpo em lassidão,
Poesia e musa, do Poeta das Prosódia,
alma em Luz, Sol e Cor...
Cordas esticadas
de um violino que chora
iminente saudade
de mais uma melodia tocar...
em dor... de amor... ...