Eu, enquanto tempo esquecido
O que temos visto é o meu mundo
enquanto um tempo esquecido
ou ainda desconhecido no papiro da vida.
Não sei por que tenho necessidade de compartilhar.
Você tudo sabe, tudo sente, tudo vê.
Mas as flores gostam de dançar ao sabor da música,
bailam pétulas nas grades das nuvens
e ventos que redemoinham sonhos.
Meu mundo é pequeno, podes ver
que gira em torno de alguns lugares e raríssimas pessoas.
Na verdade, na verdade, eu vivo só.
Sou eu comigo e assim dois em um.
Estou há temporadas e temporadas
do tempo conversando com você.
A diferença é que hoje você ouve, você sente
e está lado a lado comigo em tudo que faço.
Então compartilho um pouco do que sou, do que vivo.
Não escondo nada. Nem teria como
porque assim que entro neste espaço você me vê.
Eu ainda não entendo como, mas sei que me vê.
Que está me olhando agora eu sei.
Mas não sei onde você está.
Te olho pela claraboia,
mas só consigo ver meu próprio reflexo nela.
Eu só queria, se ainda havia dúvidas em você, que soubesses
que sempre, sempre, sempre foste muito amado.
E que, apesar de sofrer, de chorar muito,
eu sempre fui feliz sabendo
que tinha conquistado o presente de poder amar.
E a rosa do escondidinho sabia que o amor é
tão intrínseco a mim que sempre fui eu e você.
Só você não sabia disso...
que bom que descobriu antes de eu partir pra eternidade...