Maestrina sou.
Escrevo partituras de canções
que falam de amor e morte.
E que comecem os jogos
e que toquem as valsas
para que eu possa conduzir
meu sol de amor por entre os palcos da vida.
E morre o violino em flor.
Morre nos braços que tanto amou...
Que a música toque e amapoulas se ouçam
no universo das estrelas para que não haja na terra
quem duvide desse voejar por entre as notas
que morrem uma a uma em um verso
que canta o amor e paixão...
Penas voam, caem ao chão, morrem,
se levantam, se erguem em notas de
meigas donzelas retidas em esplendor.
E que pávidos homens dancem
com suas espadas em guerra
rodeados de ouro dos ávidos.
E que lutem ávidos
pelo ouro dos melros e flores.
Não os deixem partir da dança da vida...
Que cantem as histórias
de suas conquistas nos salões...
Maestrina do meu coração,
comande os jogos do amor,
me faça orquestra,
seja meu instrumento
para que possa tua música tocar
e as donzelas em corcéis
de agraciados de ouro
possam valsar
sem parar.
Maestrina de minha vida,
comece os jogos
de danças de amor,
inicie a dança derradeira
que unirá em um só
o fruto feliz de nosso amor.
Me ensine a tocar essa valsa
minha querida
maestrina.
Me coloque em tua partitura,
me toque com tua batuta,
me impulsione a dedilhar
ao piano as tuas teclas...
maestrina, sou teu...
musico teu sonho
em meu coração...
Que comecem os jogos de amor
dos mortos e lívidos
que partem de meu coração
cancioneiro e ferido
pelo carmim
e cachemiras de desdém.
Minha vida é meu amor,
maestrina minha da minha vida.
Meu amor me levou para sua vida.
ah! maestrina! ah!
Comece agora,
comece já os jogos
da morte de dois feridos...
comece, maestrina,
os jogos da morte
dos pobres
e ardorosos
e feridos
de fatais amores de
festim.
E que toquem amapoula
para os que choram
o violino em dor
e, hoje, festejam
a valsa dos que
morrem adormecidos
na paz de uma guerra
entre a espada e a flor...
que pousam,
serenadas
de suas ânsias,
preparando-se
para mais uma batalha...