Mãos
Mãos
Que afagam, dão carinho, trazem delicias.
Despertam carícias num doce envolvimento,
Quase um deleite, ao se entrelaçarem,
E depois, envolventes, se tocando,
Vão aos poucos trocando mudas sutilezas.
É assim o feitio de formas generosas.
A feminina, macia, sem brutalidades,
Que tocam flores, formando parcerias,
Cúmplices das coisas belas, perfumadas,
E generosas, dão vida, são encantos, deliciam.
Do homem, com ranhuras, machucadas,
Muitas vezes brutas no seu contexto,
Pois no afago ao receberem reciprocidades,
Se descontrolam e mostram suas grosserias,
Por ser viril e não conter as destemperanças.
E da criança, que de tão frágil não se entrelaça,
É sublime quando envolve um doce abraço,
Mãos pequenas qual botão de rosa que desabrocha,
Não se contem quando tateia em busca de carícias,
Pedindo colo da mamãezinha atarefada que acode.
Mãos que suplicam aos Céus nas tristes incertezas,
Precisam de outras para ampararem suas angústias,
E depois, quando se acalmam das tempestades,
Demonstram carinho ao apertarem em soluços,
Aquelas que socorreram em suas horas aflitivas.
Jairo Valio