Ave Maria dos Sonhos
Sonhos não se desfazem na Ave-Maria da realidade.
Sonhos são perpétuos, enquanto alguém sonhar...
A realidade é que, às vezes, não é a que sonhamos.
E está tudo bem, porque a felicidade nos dá frutos
que possuem elos e se vestem dos mesmos sonhos.
Somos nós que decidimos
como nos vestimos à porta e à viagem.
Somos nós que podemos olhar o sol,
tê-lo em nossas mãos
e imitar seus raios alados.
Se com arremedos ou não, que importa.
Importa ter Sol e lua num mesmo espaço.
É o que dá sossego a ti e ao seu amor de destino,
outorgado pela fada dos 7 mares
que um dia há de nos abençoar nas ondas do mar.
A felicidade tem cheiro e cor
das rosas no tampo da mesa,
a beleza do pinho e o sabor das avelãs.
O conhecer de si mesma lhe concede visão
para compreender o espírito e o coração dos homens
que a carregam no regaço dos sonhos.
É uma igual.
E mesmo que um dia se abatam sobre ela
os sons tristes e sofridos de um oboé
ou as melodias de um violino em dor,
não se deixa abater pelas tragédias,
nem permite que seu amor grego a elas se entregue.
Ela chora sim, e a melodia de uma nova nebulosa
vai surgindo no espaço sideral.
É quando nascem estrelas da mão de poesia
que se derramam e falam mais alto no vazio
entre um olhar e outro,
no amar que faz o sonho virar realidade
e a tristeza dar lugar à felicidade
ao canto da Ave Maria,
- de suaves asas e mãos de piano
para fazer sorrir de amor o fruto do feliz...