Barco Sem Rumo
Não sei dar rumo
a um barco à deriva
de um vento forte
porque estou dentro dele.
Rodopiamos os dois
ao sabor das ondas desse mar
que estende seus braços
e me toca aqui,
do outro lado da vida,
toca minha face,
caminha em meus cabelos,
perambula em meu peito
e se detém em mim
em meus delírios,
em minhas loucuras,
na sede que tenho de mãos
e no todo que as acompanham...
Deitada no lençol da vida me deixo levar
para onde as ondas de mar quiserem me levar...
quero ouvir de suas águas que me amam,
que não sabe mais caminhar sozinho
pelas profundezas da vida,
que seus passos são trôpegos
e seu andar é embriagado...
embriagado... de mim...