Para ser amada assim,

eu me transformo em Tícia, em Mari,

em Sandra ou Carmela dos Reis.

Me deixo ser Manuela e até Marcela,

ser comprada para ser luz,

viver entre flores e luzes,

ser tua mulher amada, par constante,

mulher de chinelas

em busca da magia das crianças.

 

Para ser amada assim, eu viro sol

e converso com as estrelas,

me visto de altos sonhos

e levo ao teu encontro

meus lábrios sedados por saudades.

Por você me rodeio de flores

- para teu encanto -.

 

Para ser amada assim

eu troco conversas miúdas,

conto histórias sem fim,

no tilintar das taças

e do florescer da primavera

em nossos corações.

 

Sou deusa de palácios,

de argamassa e tijolos,

lugar onde o nada significa tudo

nos labirintos dessa mulher

que é água, é vinho, é taça

a fluir amor em seus lábios,

ressequidos de ânsias e desejos,

mendigando amor e um coração

todo de Luz e de Sol...