Pálida e Sozinha
Também caí em nosso espaço,
flor paramentada de angústias e sentimento disparado,
num desses dias onde fala mais algo o dever e a obrigação.
Foi triste. Fiquei sozinha no meu canto
enquanto todos se reuniram para um dia
de congraçamento e abraços salutar.
Eu? Quis refletir sobre o dia que ficou esquecido,
talvez porque se repete 12 vezes.
Eu fiquei pensando na minha realidade
que estava tão distante de tudo aquilo ali
e tão dentro dos meus pensamentos,
e eu distante do tempo e das florestas cerradas
onde ela estava à mesa sentada, sozinha.
E eu aqui sem ter a quem dar a caixinha de presente
pelo dia de congraçamento que vivemos.
Não recebi abraços e calor de um sol de amor,
só de mancebos que me tocam para levar
e não querem saber de acalanto dar.
Também não dei abraços neste dia.
Nem nos outros.
Por isso fugi pra um canto escuro e fechado e chorei.
Perdi o sol, o abraço e nem o vento chega aqui
neste subsolo abafado de ânsias de céu.
Ele ficou lá sozinho, pálido no nicho de belas aves
e eu aqui, esperando ele me procurar e buscar,
sonhando com o que tive e o não vem mais...
embora fui... triste e sozinha...
sem ter congraçado,
nem tive a congraça
de um abraço receber,
que dirá um beijo ganhar...