Píncaros do Céu
Queria estar agora onde estão teus cinco olhos verdes e azuis, misturados.
Sei que eles olham para mim, direto em meus olhos, tristes e penetrantes
me fitam como a pedir socorro, como a dizer que somos iguais
e carrego a mesma dor que eles carregam.
Se reconhecem em mim, em meus olhos, percebem que há
uma janela para a vida dentro deles, a imagem de um homem dourado
que refulge feixes e faíscas de luz em meio a mata densa e escura.
Um homem que se debate entre os claros e escuros de seus medos,
que não percebe que não está sozinho, sendo cuidado e guardado por um anjo de luz,
caminha pela rua de degraus com sua mochila laranja nas costas
que, forte como uma onda do mar, carrega nela
uma parte da minha história com ele pra que não seja esquecida.
Nesta onda leva e eleva a vida aos píncaros do céu.