O Ordinário
Eu que temo o amor
Não por ser mais um covarde
Mas por ter a coragem
De ser um péssimo ator
Há quem diga que amar é preciso
Mas o que preciso
Com amor eu consigo
Uma pobre necessidade de sermos incluídos
Em realidades avessas àquilo que pedimos
Por amor mendigamos
Sem amor vadiamos
Uma esmola tão rica
Tão necessária
Que me afirmo vadio
Há quem ame por mera dita
Há amores que não são ditos
Há quem diga que é por amor que estamos vivos
E eu digo que amar necessito
Mesmo nunca tendo sentido
Um simples e ordinário amor
Que me faça perder todo o sentido