O Ordinário

Eu que temo o amor

Não por ser mais um covarde

Mas por ter a coragem

De ser um péssimo ator

Há quem diga que amar é preciso

Mas o que preciso

Com amor eu consigo

Uma pobre necessidade de sermos incluídos

Em realidades avessas àquilo que pedimos

Por amor mendigamos

Sem amor vadiamos

Uma esmola tão rica

Tão necessária

Que me afirmo vadio

Há quem ame por mera dita

Há amores que não são ditos

Há quem diga que é por amor que estamos vivos

E eu digo que amar necessito

Mesmo nunca tendo sentido

Um simples e ordinário amor

Que me faça perder todo o sentido

 

 

 

CRISTIANO WARDIL
Enviado por CRISTIANO WARDIL em 07/11/2022
Reeditado em 25/07/2023
Código do texto: T7644920
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