TEMPOS DOS MISTÉRIOS
As portas descerram-se neste fim,
Que teu jeito me traz,
O tom para compor aqui,
Sem que seja o teu riso,
Quando o demonstra-o,
Num contexto inteiramente velado.
E no infinito do olhar seu,
Não tenho como projetar,
Os danos que irás me causar,
Nesta lua refletida no mar.
Concluo o que a vida me diz,
Diante de sua não escondida face,
Como um livro sendo o portal,
Para os sentidos e suas epifanias,
A qual nos encaminha,
Ao mundo totalmente provável,
Levando-nos a vislumbrar em nós mesmos,
Aquilo que somos e que não podemos mudar.
E não acreditar na realidade é irresponsabilidade,
Dado que eu sempre salvargar-te-ei todos os meus dias,
Até que os lugares secretos onde eu dormia,
Estivessem envolvidos num só pecado.
Contudo, eu me engano,
E por sorte me desespero,
Por não saber se te amo, ou,
Se inevitavelmente te quero,
Mas sinto nas minhas sombrias noites,
O teu corpo que tanto nego.
Será que me encontraste quando eu me perdia?
E nem na alvorada me entendias?
Ou estou tão entorpecido de você que,
Já fora revelado o quanto me esquecia,
Do tempo dos mistérios renegados,
Dado ao meu sobressalto,
No momento em que tu vieste ser,
Apenas uma mera “ilusão”.
Data: 06/11/2022.
Poema n.2.925/ n.70 de 2022.