FULGOR
Fiz do céu o alento
E das estrelas, o olhar que não tinha
Teu toque terno, o senti no vento
E o gosto doce o busquei na vinha!
Imagina, se podes, o fulgor
Que nunca teve a safira e o rubi
E como é forte e vil o ardor
Aos olhos que pela impiedade, sucumbi!
Advinha, nas águas rasas
Quantas faces lavaram as mágoas
Reféns do mesmo jugo que vivi!
Toca Afrodite a lira
Tomada pelo rancor e pela ira
Desviando os olhares de Apolo, por ciúmes de ti!
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Observação
1 – Apolo e Afrodite são dois dentre os muitos deuses do Olimpo, segundo a mitologia grega
2 – A palavra “vinha” no texto, faz referência às uvas doces do vinhedo