Mulher, meu pretexto
Mulher nua e seus múltiplos mistérios,
nascendo dessas entranhas, tanta beleza,
tanta força, convidativa, persistente, mulher!
Mulheres que me encantam com prazeres e volúpias!
Sempre mulheres dissimulando, tristes ou chorando,
são guerreiras, diamantes brutos, delicadeza, contradição.
Com seus perfumes inebriantes, são ternas, sedutoras.
Dotadas de desejos que transbordam tanta leveza. Ah, mulheres!
Tantas, distintas, mulheres que se transformam:
um dia é brisa, outros tempestades. São meus vícios e inspirações.
Mulher que seduz, que protege, que atiça, que perdoa!
Mulheres, meu pretexto, meu vício e seus mistérios!
Mulher dos meus sonhos, meus desejos, minhas angústias,
meu sentido, meu porto, minha indecência, meu descaminho,
plenas de encantos, são meus tormentos e meu descompasso! Mulheres!
Minhas viagens, meus rios, meu recanto, meu cisne manso, mulheres!
Cândidos semblantes e sobrecenho terno, essas mulheres!
Deixam-me ao sabor do vento, calmo, com seus abraços ternos.
Não há o que possa ser melhor que seus olhares intensos,
seus afagos e seus beijos imensos. Mulheres que me incendeiam...