JANELAS
A vista atravessa,
O coração das janelas,
E o que há depois delas
Na nuvem espessa,
Nas imagens acessa,
Corpos a bailar,
Direção unifilar,
No brilhar do farol
Imitando o sol,
E o vento sibilar.
Pareando os destinos,
Pupilas aumentadas
Grandes e vidradas,
Parecem ferinos
Suspiros repentinos,
Entre juras eternas
Sem falas externas,
Apenas para nós,
Um momento a sós,
Emaranhando as pernas.
Rara harmonia
Suaves grunhidos,
Um tanto atrevidos,
Ao raiar do dia,
No ritmo da melodia
Passando o tempo,
Fica o sentimento,
Sem querer sair,
Esperando repetir,
E igualar o momento.
Um adeus sem palavras
A certeza do que é certo,
Sair de peito aberto,
Sem nenhuma ressalva
De sua pele alva,
De contorno acentuado,
Sentimento engajado
A querer seu retorno,
Em ser seu contorno,
Continuar ao seu lado.