Mulher
Em seus braços
Minhas lágrimas descem pelo seu ventre
E se embebedam do perfume do seu corpo.
Mulher, quem você é,
Que só me tem desprezado?
Fico confuso como uma criança, é difícil me conter.
Não, não feche os seus braços sobre a minha tristeza, não!
Sou homem, sou poeta:
Sua pureza tem mil faces e mil portas,
Seus cabelos têm o cheiro da flor mais pura e bela do campo.
Melhor seria morrer a vê-la morta,
E nunca poder tocá-la.
Sinto o vento do mar em meus braços,
Anjo, sinto o calor do seu corpo, mas não a vejo.
Como passarinho, faz ninho no tempo.
Corram, corram lágrimas de saudade.
Afogai-me, tirai-me deste tempo,
Levai-me, para o campo das estrelas,
Entreguei-me, depressa, à lua cheia.
Dai-me o poder e a chave do seu coração,
Dai-me a luz de teus olhos,
Dai-me um pouco de sua atenção.
Que eu não posso mais fingir.
Quero fugir, quero você, mulher.
Quero deitar em teu colo,
Quero seu carinho,
Quero um chamego,
Quero sentir seu cheiro,
Quero viajar na imaginação
Em seus braços.
Quero voltar a ser criança
E por um minuto sentir
O calor do seu beijo em meu rosto.
Pelo menos em meus sonhos.
Paulo Pereira