E se o amor batesse a sua porta?
Ele havia passado um café, era seu ritual costumeiro antes de dormir, acendeu um cigarro, afinou o violão, tocou oceano de Djavam e se pôs a escrever em sua máquina já envelhecida pelo tempo.
Ela provavelmente jogava uma outra partida de Call Of Duty ou assistia o filme mais clichê que já fizeram sobre vampiros e lobisomens. Era a menina mulher que perambulava nos meus sonhos.
Ele procurava assuntos. Fazia planos. Havia tanta sinergia naquelas conversas, nas palavras ditas, nas ilusões adquiridas. Existia uma expectativa intrínseca contida nas entrelinhas.
Ela me falou de alguns traumas e de como a vida era linda e cheia de cores. Em como se tornava um outro ser humano quando ficava com fome, e que eu deveria me "preparar" para sua tpm e me acostumar, pois ela simplesmente dormia do nada, sem aviso prévio.
Ele deixou de lembrar da promessa que fez. Gravou músicas, escreveu poemas e pouco a pouco se viu perdido pelo caminho inóspito que jurou não mais percorrer, era tarde.
Ela havia dormido sem se despedir como costume.
Ele sorria pensando no 'bom-dia' do outro dia.
Era tarde, tornou-se noite. Não era o fim.
" - E se o amor batesse a sua porta?
Você abriria? "
Paschoal, George