ACORDANDO-ME

Não acreditar na verdade,

Que diante de si se coloca,

É obter a irresponsabilidade,

De não querer o que te devora.

E vou perdendo a memória,

Daquilo que quero deixar para trás,

Mas se eu quiser te entender,

O tempo falará que você,

Revela-se-à inteiramente a mim,

E a ninguém mais.

É a poesia tornando-se carnal,

Uma vez que não é o bastante,

Vê-la apenas como alma,

Que se omite quando dança.

Por onde ela vagueia?

Eu passo a me perguntar.

Talvez para longe estar,

Num lugar fora do meu próprio lar.

Sem assumir o que sinto,

No sereno de alguma noite,

Que em claro, eu possa ter passado,

Mergulhado num segredo tão bem guardado.

Ah, salvaguarda-te-ei todos os dias,

Até que o meu mundo caia em pecado.

E no olhar tão vazio quanto o que tenho,

Sonhar é apenas um sentido a levar-me…

Até algo mais profundo,

Que arranque-me a solidão.

E assim, não dividido,

Completo eu for te buscar,

Amar quando tudo é incerto,

Erguendo-me das cinzas,

Acordando-me ao seu lado.

Poema n.2.923/ n.68 de 2022.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 23/10/2022
Código do texto: T7633862
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