Inesperada
Donde tombas perante os olhares, ó Poente
Vem calma, pacífica e amena
Inesperada como o beijo de Atena
Súbita, como o abraço que envolve silente...
Deixai teus passos na areia!
E não se atreva o Vento
Cobrir teus traços e rir de meu lamento
Nos anelos infindos da alma que anseia!
Preveniram-me... Os Herdeiros do Firmamento
Diminutos corações – Mas jamais de ardores isento
Olvidaram o cerúleo infindo ao teu semblante...
Houvesse lido ao menos os pergaminhos...
Escutado as juras de Orfeu, afogadas em vinhos
Saberia da valsa perigosa, que tomba o coração errante!
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Observação
1 - “Poente” no texto se refere ao sol
2 - “Herdeiros do Firmamento” se refere aos pássaros
3 - “cerúleo infindo” se refere ao céu, firmamento