Uma breve pausa
Como é lindo quando você me diz “oi”,
Propagando ondas de verbo, advérbio, sujeito, predicado e você.
Mas é mais lindo ainda quando tu me deixas o silêncio,
Pois com ele nasce o delírio, o encejo, o desejo,
A doce vontade de adentrar cada molécula do teu ser!
E é assim,
Entre semibreves pausas
Preencho cada fotografia do tempo
Com pixels holográficos do teu ser.
As vezes me sussurra com pausas semi umidas,
Mas são tão Semifusa’s que o arco da íris gera umbra…
Mas quando repouso meus olhos
Te vejo bailando nos meus sonhos,
Elevando meus níveis de dopamina,
Provancando uma especie de atividade sísmica
Que queima , fere e intensifica a eletroquímica
Dos meus neurônios;
Aquela química… que no fundo é física,
Isso é bem mais que físico, é metafísico!
Quando olho teus cabelos tecidos
Pela penumbra de hélix, entorpeço;
O clarão provoca uma reação nuclear
Não só em meus olhos, mas
Em todo meu corpo …
O clarão me ofusca e eu novamente meus olhos fecho,
E nas profundezas do meu subconsciente
Mergulho na sua imagem pintada como
O céu estrelado de Van Gogh!
Leio suas palavras com graça entre pausas, pautas, consoantes e vogais.
Leio tuas palavras como se fossem uma oração,
Ou melhor, como um poema de Florbela espanca.
Seu timbre de lira me grita, me delira, me arrepia
Como uma sonata de Debussy!
E quando o som vibra entre teus lábios
Meu corpo sai da inércia e tende ao infinito
Que ressoa num ponto singular do seu espaço…
Abro a porta:
avisto o universo…
Então percebo
que entre uma breve pausa.
No ensejo de desejar pensar em ti!
Eu deixei de existir.