APENAS ELA

Eu a vejo, lá vem ela

Linda, esperta, alegre,

Faz da terra sua passarela,

Desfaz do tempo, entregue

Ninguém recuse ou negue,

Brilhante, lá vem ela.

Sem passos comedidos,

Valsando sem parar

Todos olham, espremidos,

Com olhar nada basilar,

Pressionando o maxilar,

Sobre os ombros despidos.

É ela, lá vem ela,

Como não apaixonar

As vezes donzela,

Por horas vulgar,

Quase sempre linear,

Estonteante, apenas ela.

Sente o vento soprar,

Feminilidade crescer,

O assovio não a faz virar

Tão pouco enaltecer,

Não precisa ver para crer,

Basta em mim, acreditar.

Será que é ela?

Sim, não há incertezas,

No meu ver, a mais bela,

Traz todas belezas

Sentido das correntezas,

Nas cores da aquarela.

O que faz ela?

Apenas se formou

Roteiro de novela,

Meu mundo adentrou

Meu roteiro findou,

Protagonista é ela.

Caminho traçado,

Vista no horizonte

Sentido aguçado,

Ao atravessar a ponte,

Sem saber qual a fonte

Que mantém ao seu lado.

Novamente, vem ela,

Não chega escondida,

Sequer tem cautela,

Sem ser comedida,

Sempre decidida,

Sim, é mesmo, ela.