SUPLÍCIO DO AMOR

 

Sigo assim em passos arrastados

Numa estrada longa e sem destino

No caminho a roseira com espinhos

E despida de sentimentos, uma alma.

 

Ando morosamente contra o vento

Girando sobre os frios grãos de areia

Na face o deleitoso orvalho da noite

No olhar o reflexo da fosca luz do dia.

 

Caminhante dos côncavos de uma vida

Transeunte do silêncio da madrugada

Amante frenético do balanço das ondas

Do canto da fragata negra sobre o oceano.

 

Navegador  do barco à deriva do mar

Andarilho de um coração apaixonado

Mensageiro do bramido enlouquecido

Um alarido de um suplício do amor.