A ALMA E SEU REPOUSO
Desculpa-me se te amo tanto!
É pelo fato de eu entender que o coração,
Reclama dos meus tempos,
Quando diz-me o quanto sente,
Por todos os seus enganos.
Ele nega-se demais!
Não sabe o que faz,
Nem como proceder,
Ao lado de quem quer se ter a mais…
Daquilo a qual não saberia explicar,
Num horizonte que a vida traz,
Por trás de um olhar apenas,
A direcionar para aquela essência,
Cujo oceano desespera-se,
Em poder vir a se doar.
Daria tudo por um riso seu,
Antes que o crepúsculo caía,
E eu tenha que ficar nas alvas,
Revivendo a tenuidade de quem és,
E os porquês de não a ter.
Como um rio que vem buscando o mar,
Teu reflexo está onde deveria,
Todavia, quero ver-te, e não só o vulto quando passa,
Na inexplicabilidade de minha mente.
Sim, vou lutando para manter,
Este misterioso disfarce,
Não dando mais para fugir,
Daquilo que se tornou minha realidade,
A de que diante de sua face,
É possível ao menos te conhecer.
Talvez eu quisesse,
Bem mais que um corpo,
Para se navegar pelos lugares,
Enquanto descubro o primor dos anjos,
No que tange a alma e seu repouso,
De uma infinitude que não te peço.
02/10/2022.
Poema n.2.922/ n.67 de 2022.