Abraços (Para Patrícia Lettiere)
Jogue suas sementes ao ar e deixe...
Elas escolherão onde vão florescer
Na natureza, é física
Para os sentimentos, alma
E dentre eles, soberano é o amor
Senhorio do ar, fiel
Perceba, a cidade já acendeu seus devotos lampiões
Veja o teu baile, solto como a vida
Nas mesas, amêndoas e nanquins
Cavalhadas amigáveis celebrando o solstício
A grande caravana acaba de chegar ao Panteão
Veio por você, desejada vidente
As taças te esperam para brindar
Como asteróides refletidos nas vidraças das janelas
Embarque
Mostre sua voz
As estrelas são assim mesmo!
Brilham ao saber que já estão maduras
São muitas as estradas do seu espírito
Pontes para o meu coração
Você é meu mantra, minha fábula
Deixe-me anunciar os seus grãos de ternura
Invadindo a emoção
Driblando labirintos e precipícios
Deixando olhos e portais abertos
Para seu momento sagrado
Você é meu sentido, minha realidade
Brilhante mapa
Afagando com bons presságios muitas sortes
Marcada sou por seu rubor de face inocente
Por esse abraço fraterno
Perfume de licor e mel
Enlace que salva e arrepia
Entalhe persistente nas colunas do bom seguir
Superando as ladeiras do destino
E chegando às franjas da aura
Firmando sua assinatura
É festa, então, é alegria quentinha
Com flagrantes e literais ornamentos
Espera e nascimento
Sempre bem-vinda!