Aurora (Para Patrícia Lettiere)
Vivo com as flores
Na presença da tua alma
Vigilante a se aventurar
Suas mãos sábias e nobres
Incentivos divinos
Você é aquela que nasce e abençoa
O pão, o lar
Com seu canto surgem pássaros
Mensageiros empenhados, sublimes
Alados, como querubins
Sua alma é halo solar
Inspirando vastidões
Enquanto a Lua se despede tranquila
O firmamento é um beijo
Os pensamentos sadios sentem seu toque
Até os musgos, pequenos, celebram seu orvalho
A visão vagueia pela mítica da vida
É azul, amarelo, verde
E também soberano e hipnótico coral
Na íris da germinação
Borboletas corajosas rompendo casulos
Os galhos da goiabeira estão verdes e firmes
E seus frutos, perfumados, macios e saborosos
Sob eles, um balanço...
Adornado, gentil
Com lírios, para crianças e certezas
É show, é a seresta das jovens fadas
Cujas penas sinuosas transcrevem seu cintilar
E as folhas livres cumprem sua jornada
Sinto a obstinação de estrelas e nuvens
Este é o céu, seu manto
Religiosamente pintado
Vitral generoso, imensurável
Siga!
A felicidade já está em você
Pois fantástica é a harpa dos tempos
Te fazendo saltar graciosa entre eras e estações