Último verso

E se acaso eu soubesse que aquele seria meu último verso

Eu teria feito o inverso?

Acaso poderia eu, sequer imaginar que tudo mudaria de lugar?

Será que em meio a tanto porquê

Saberia eu o que de fato queria dizer?

E se por um pequeno momento, eu deixasse de ser?

Acaso voltaria algum dia a ser o que outrora já tive de ser?

Mas se por apenas um tempo eu parasse no tempo

E visse com os olhos que a terra ha de comer

Cada momento que um dia eu preferi perder

Mas talvez precise entender, não somente eu mas quem sabe também você

Que a vida passa depressa e momentos não podemos perder.

Acaso o amor carrega consigo uma dor? Acaso o meu peito é cheio de alento, completo em afeto que mal pode a dor carregar?

Ah, se acaso o amor por acaso viesse a porta, tu deixaria entrar?

Meu eu que de tanto negou o amor com medo da dor

Após a batida a porta, ao ressoar do toc toc o coração errou, bateu envolto o meu peito um sentimento que nunca errou.

Não houve lamento, tão pouco houve dor

Mas eu que era pacato, medroso e acanhado pude me entregar

Pois quando o amor chega no peito não tem como evitar

Acaso eu posso de fato em um verso o amor expressar?

Acaso ha palavras no mundo que saibam se quer decifrar?

Ah, mas se eu soubesse que aquela seria minha última estrofe

Voltaria no tempo e rancaria a dor.

Pois em "or"

hoje prefiro o amor.