CONDENADO
Sem testemunhas, veio a sentença.
O que foi decidido não será promulgado.
Ao menos no final, cabe-me algum reservado,
depois de tanto falatório e nenhuma recompensa.
Silêncio! Condenado não pensa.
Apenas cumpre a pena a que foi submetido.
Sem visitas, sem cautelas, sem agrados...
Foi tudo, tudo mesmo exaurido!
Em segredo, recolho-me a esta cela.
Aprisionados estarão meus versos e o coração.
Dos mares, eu verei somente a tela
de uma paisagem, nas grades dessa prisão...