Tortura
Sei que não estou sentindo nada
Nem fogo, nem ardência, nem riso, nem dor
Não sei se quero sorrir, ou se quero chorar
Na língua um amargor
Sei apenas que sou poeta
Mesmo assim não dá pra rir
Sei que outrora minha letra estaria completa
Mesmo assim não sei pra onde fugir
Sei que não estou sentindo nada
Na mesa o mesmo vinho derramado
Traçando e medindo o orgulho
Da canção do papel queimado
Sei que não estou sentindo nada
Um aperto forte no coração
Desafio as horas da madrugada
Fazer companhia pra solidão
Uma emoção, uma carta, uma canção
Uma caneta que ao menos trace o caminho
Qualquer coisa, qualquer emoção
Sei que nessa estrada estou sozinho