20 ANOS
Quantas vezes vou ter ainda vinte anos
conseguindo realizar um plano
quantos quilômetros enfiar nas botas
até que o horizonte despenque estrelas
sobre mim nas grotas
quantas gotas de chuva hei de contar
em pé na sua porta
com as rosas encharcadas da desculpa
na mão
e
o vidro embaçado denunciando
a quentura da sua entrega a um novo amor
retiro do brilho dos faróis um punhal de prata
e escrevo seu nome no cedro
embriagando os pontos cardeais
e fecho a cortina do abismo
escondendo os desencantos animais