Amor torto
Hoje eu acordei sem inspiração
Querendo escrever algo que me atravessasse
Pescar palavras que me traduze-se
Que me trouxesse para dentro mim
Que eu pudesse desenhar com palavras
O que não me coube nas horas passadas
Desembaraçar os nós da sacola de frutas como terapia
E dizer para minha fome
– Calma que eu tenho paciência
Calma que meus dedos não escondem segredos
Aquieta que eu sei dançar de olhos fechados
E eu sei muito bem a tua musica preferida
Até que o vento frio sopre e me arrepie
E esfrie os sentimentos do dia
Como o amor que bate na porta
Como alguém que toca a companhia
Mas quem bate na porta?
O carteiro sem flores e nem poesia
E como uma paisagem que a gente ver nos céus
Você se desfez nas nuvens
Nos devaneios de uma mesa de cozinha
Mas nem por isso interrompo a minha escrita
Não importa quantas vezes batam na porta ou toquem a companhia
Da próxima vez que o carteiro vier
Escreverei um recado dizendo
Que o meu amor é um poeta que escreve torto
E as palavras que não chegaram precisarei dos teus olhos
Para a gente desembaraçar sem pressa
Os nós que ainda nos temos
E desculpa a falta de envelope
Pois eu quero que tu e as multidão de “tus” chegues logo.