Como seria



Como seria velejar em ti
na tua serena pele
de noite e de luar?
Ser em ti afogada
em névoas de auroras
e esvanecer-me 
em teus raíos túrgidos, 
transfigurados,
absorver-me em teu ser alado
e somente te amar
e te amar?

Como seria reter
teu corpo e tua alma
dentro dos meus braços,
em abundância de mel
e orvalho,
e sentir-te como oásis mágico
renascendo-me
do ninho dos teus olhos
numa noite, enfim, de festa
à luz da ternura única
de tua  fronte.

E  depois, por fim,
beiijar tuas pálpebras  cerradas
e sobre elas esparramar-me
como pétalas molhadas
para perfumar esse amor eterno,
que fecunda meus sonhos
para além da vida e da morte,
onde a única  palavra 
é o meu coração
onde a tua presença
se esconde.



 







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Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 01/12/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T760653
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