CANÇÃO DE UM DESABAFO
Por favor, meu amor, deixe me em paz.
Quero estar só, deixe me ir...
Meu coração está em dor.
Preciso de um tempo esta noite,
pois na verdade, não sei onde estou.
Tenho um pensamento difícil de entender.
Não é meninice, mas, uma questão do meu ser.
Guardo lembranças de felicidade,
do nosso primeiro encontro,
cheio de poesia e regrado de um bom vinho,
em dias de primavera.
Meu interior, cala minha alma neste meu momento,
pois estou vivendo uma densa dor.
Não se trata de algum preconceito
por que sou negra,
pois valorizo bem a mulher que sou.
De outra forma, teria provado da morte
e um suicídio seria o fim de todos os meus sonhos.
Sei que te amo e vou te amar sempre.
Assim me renovo enquanto projeto girassol,
pois o tempo é flor que se abre ao sentir das palavras.
Quisera eu neste meu país, poder desfilar
minha arte em flor, ao despertar do girassol
em meu carnaval e provar ao mundo todo,
que mulher de raça negra,
tem brilho próprio, tem valor
e a doçura em sua voz, cala qualquer gigante.
Por favor, meu amor, sei que
as vezes, isso parece um pouco complicado,
mas é preciso que você me entenda.
Sou mulher e sou também mãe zelosa
com nossos filhos, e, casa de mãe é assim mesmo.
Peço ao amigo um pouco mais de calma,
pois sou uma menina, mulher de triste olhar,
com sentimento e crenças na evolução
das luzes que brilham e em minha oração a ti,
te busco e te louvo na alegria de um amanhecer,
onde juntos desfrutaremos a alegria de viver.
*Esse texto foi composto, usando todos os 56 títulos, já publicados até hoje, dia 13 de setembro de 2022, no Recanto das Letras, pela escritora e poetisa, Rosely Couto.
São Gotardo (MG), 13 de setembro de 2022.