Z E L E
Z E L E
As plantas agonizam
Em gritos tão calados,
O abandono mata
Definhando a vida
Em carinhos negados.
As regas esquecidas
Aos poucos atrofiam,
Secam até a seiva
Impondo agonia
Onde belo vivia.
A água, mãe da vida
Vendo morrer a cria,
Irriga com lágrimas,
Doando-se ao verde
Que a morte temia.
O amor cobra regas,
Carinho nunca falte,
Desinteresse mata,
Asfixia a chama,
Entristece quem ama.
A atenção devida
Oxigena, inflama,
Mantém o que existe
E a paixão proclama:
Salvas para quem ama.
A planta e a chama
Tão grandes e tão frágeis
Cobram zelo deixado;
Amor mesmo imenso
Sempre cobra cuidado.