Z E L E

             Z  E  L  E

As plantas agonizam

Em gritos tão calados,

O abandono mata

Definhando a vida

Em carinhos negados.

As regas esquecidas

Aos poucos atrofiam,

Secam até a seiva

Impondo agonia

Onde belo vivia.

A água, mãe da vida

Vendo morrer a cria,

Irriga com lágrimas,

Doando-se ao verde

Que a morte temia.

O amor cobra regas,

Carinho nunca falte,

Desinteresse mata,

Asfixia a chama,

Entristece quem ama.

A atenção devida

Oxigena, inflama,

Mantém o que existe

E a paixão proclama:

Salvas para quem ama.

A planta e a chama

Tão grandes e tão frágeis

Cobram zelo deixado;

Amor mesmo imenso

Sempre cobra cuidado.

AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 12/09/2022
Código do texto: T7604351
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