CORAÇÃO FINGIDO
O gelo da ausência apruma um muro de dureza e aflição
E um tremor libidinoso de flores funestas percorre as veias gélidas
O que é o amor?
Responde, se amas?
Nada sabes, nada sabes
Falo e não ligo
Dos muros da lamentação e do coração que pulsa aflito
Pulsação
Há um grito e nem por isso o fogo atiça
Querer é intersecção entre dois corpos
E atritos
Um corpo translúcido de fogo e chama
Conflito
Desejo é uma vontade que exige sangue
Esforço e ao mesmo tempo submissão
E o outro, feroz e ferido, avança
Coração contrito
Desejo habita no corpo
Mas o coração é um fingido
Selvagem que estraçalha
De tanto querer e não ser atendido
Já nem ligo...
09/09/2022
09:26h