Bruks Coqueluks

Bruks Coqueluks

olhou-me com os olhos

de cigana tardia

falou-me com a voz

que a tosse escondia

que não era minha posse

e que eu deveria

era me enxergar...

e parado fiquei

vendo o que eu faria

se para a libertar

o melhor não seria

deixá-la de amar,

o que eu não poderia

pois àquele pulmão

minha vida eu devia

como à cor de seus olhos

da pele, da boca,

do vestido que usava

da voz quase rouca

dos longos cabelos

voando no vento

como é que vou deixar

de ficar um momento

sem a minha Bruks

Coqueluks, um tormento

que só eu sei curar

pois foi ela quem disse

e eu acreditei

pois não era tolice

e nunca mais deixei

de a aprisionar

Rio, 30/11/2007