Quisera curtir vez por outra essa surpresa
Que me fez mudar de cor; meio vermelho - ruborizado
Um comentário bobo, que soou com gentileza
E que pelo tamanho do gesto, me deixou lisonjeado
Entre um gole de café e uma ou outra cortesia
Sem alguma intimidade e extremamente educada
Num papo descontraído, com um tom de euforia
Deixou aquela cena em minha mente, marcada
Divagando claramente sobre o bem ou mal da cafeína
Quando então foi consultada a especialista no assunto
Que, toda descontraída, falou como uma menina
- A substância é rica, é boa e estimula todo o conjunto
Arrematei a breve conversa, querendo sua confirmação
- Então, o bom café, posso tomar despreocupado?
Foi quando me disse, sem fingir indiscrição
- Não só pode como deve degustar o encorpado
E continuou a decifrar sobre o assunto inscrito
Quando soltou algo que me deixou calado
- Principalmente meninos do sorriso bonito
Permaneci atônito e, de certa forma, admirado
Agradeci e para a mesa retornei, totalmente inspirado
Mas, também arrependido do que eu deveria ter falado
Que, se ela achava o meu sorriso tão bonito
Mais belo ainda era seu cabelo platinado
* Homenagem a uma jovem senhora que, entre um papo descontraído e uma xícara de café, elogiou o meu sorriso. Gesto nobre que me envaideceu não pelo elogio, mas pela percepção que só a maturidade nos ensina.