MÁCULA

MÁCULA

Hoje escrevo como quem à véspera de tudo se despede

E por altivez cantarola versos derradeiros

Com punhos cerrados, aparência rota

Um tétrico semblante esmorecido de amores

Recogitações de uma alma estirante

Através do olhar funéreo, dos agonizantes sorrisos

Os moribundos gestos em cada instante

Acalentados pelas noites maternas de outrora

Oh! Deus, a agressão dos sentimentos no peito

O ar da sobrevivência retalhando a garganta

A violência de um querer apenas desejado

Porque em nossos fados bruscamente abreviados

A pior morte que se presta no fim do caminho

É a que traz no estirão das consciências

Pegadas inexistentes de uma vida inteira!