"São Sebastião Crivado"

“És minha Aura, entre todas... a verdadeira!

Eu, que saí da lama da pobreza e vim parar na mesa de jantar dos "distintos"... logo eu... indistinto ser humano... um amontoado de bobagens feitas de coração...

Confesso... não me sinto à vontade... não é meu mundo... essa gente é de plástico... eu quero gritar enquanto eles rezam...

Esse meu mundo torto... cabe todo no teu sorriso amendoado...

Sou um homem simples... e esse teu gosto não me ofertado... de beijos dados à meia lua... numa praia qualquer da Catalunha... ainda me prende aqui... nessas cavernas cintilantes... estrelas e asteroides...

Nesse nosso mar de diamantes, vc é poesia no plural, que me boia aos sabores das marés...

E essa tua distinção, me embriaga...

Bem vinda aos dias de dilúvio, baby

Vc, que mora logo ali... ali... bem ali, pertinho, na curva mais estreita do meu coração renovado...

Esse teu jeito... me queima... tua plasticidade, eu aplaudo... tua essência de magia me comove....

Tu és a razão do tempo ainda me dizer sim... é quem eu vejo no word em branco... quem ocupa meus espaços vazios... quem eu bebo junto com o vinho...

Sobriedade... pele... céu azul... manhã fria...

Tua perfeição é um amontoado de poemas guardados... sob essa blusa entreaberta... olhos fechados... janelas abertas... pernas abertas... sorriso lacrado...

Essa nossa tentativa inútil... de dar um sentido pra essa existência... ah... mas que pena... tanto tempo... jogado ao vento... tanto tempo fora, quando poderia estar dentro...

Bem vinda à célula... renovada... revitalizada... refeita...

Bem vinda ao coração... pq a máquina não tem vez...

Ainda há luz sobre os telhados empoeirados do mundo... siga a estrela mais brilhante...deixe os sapatos na porta... entre sem bater... e sem olhar pra trás..."

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