Sufocamento

Meu amor é asfixiante

Arranco teu sangue numa obsessão viciante

Vou e volto num dançar delirante

Quebro tuas pernas e te proíbo de ser andante

Meu afeto é sufocante

Quero saber com quem anda meu amante

Os detalhes no teu relatório me é calmante

Que pensa meu grande gênio errante?

Posso saber por que disso ser tão cortante?

Ao que devo seu olhar escaldante?

Que horas volta do teu passeio causticante?

Tens o cérebro que quero dissecar

E a carcaça que quero experimentar

Tens as entranhas que quero observar

E a personalidade que me faz te venerar

Tens o que prende minha determinação

Que monopoliza minha percepção

E se por um acaso algo em mim te assusta

Peço que pense, repense e não suma

Virar-se contra tanto amor é uma violação

E pagará com a vida a desgraça de tal ação.

A Aristocrata
Enviado por A Aristocrata em 28/08/2022
Código do texto: T7593119
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