Sufocamento
Meu amor é asfixiante
Arranco teu sangue numa obsessão viciante
Vou e volto num dançar delirante
Quebro tuas pernas e te proíbo de ser andante
Meu afeto é sufocante
Quero saber com quem anda meu amante
Os detalhes no teu relatório me é calmante
Que pensa meu grande gênio errante?
Posso saber por que disso ser tão cortante?
Ao que devo seu olhar escaldante?
Que horas volta do teu passeio causticante?
Tens o cérebro que quero dissecar
E a carcaça que quero experimentar
Tens as entranhas que quero observar
E a personalidade que me faz te venerar
Tens o que prende minha determinação
Que monopoliza minha percepção
E se por um acaso algo em mim te assusta
Peço que pense, repense e não suma
Virar-se contra tanto amor é uma violação
E pagará com a vida a desgraça de tal ação.