A concha do agreste
Abre no pensamento a possibilidade
duma amabilidade profunda
entre dois seres que muito creem
no verdadeiro milagre da vida
numa paz ainda mais aguerrida
como na última primavera.
No verão de sol ameno, alvorecer sereno
lua cheia seguida pelas estrelas
num carrossel de alegria nas serenatas
do amor como nos verões de outras eras.
Cala em minha alma o silêncio
da desilusão, falam alto amor e paixão
na guia hermética do sonho
que no tempo de criança corria
entre os cafezais a admirar a tempo.
E por entre riacho e cachoeira havia
sempre zoeira do vento concreto
mas invisível a desgrenhar o cabelo
cortar chapadas e chapadões
derrubando aroeiras nativas do sertão,
onde o canto do carcará se faz presente.